Se você estiver em Alagoas, visitar o Quilombo dos Palmares é um passeio indispensável. É um banho de cultura entre seus dias de sol e mar.

Aqui está o roteiro completo e todas as dicas que você vai precisar saber sobre como chegar no Quilombo dos Palmares, e desfrutar de um passeio tranquilo e sem perrengues:

COMO CHEGAR NO QUILOMBO DOS PALMARES VINDO DE MACEIÓ

O Quilombo dos Palmares fica situado na Serra da Barriga, na cidade de União dos Palmares. Para chegar lá, pegue uma Van (também chamada de “besta” pelos locais) da rodoviária de Maceió. As vans saem a cada 20 minutos a partir das 5h da manhã e custam 14 reais por pessoa. 

Chegando em União (desça na Rodoviária de União), pegue um táxi na própria rodoviária para subir para o Quilombo dos Palmares, na Serra da Barriga. O táxi custa R$60,00 ida e volta, e lá em cima o taxista fica esperando por você. Se você não quiser que ele te espere, você pode combinar uma hora para ele te buscar, assim fica R$80,00 o preço. Uma visita num passo tranquilo te levará no máximo 2 horas (a não ser que você queira ficar para comer ou descansar), e este é um tempo que os taxistas topam esperar.

ATENÇÃO SE ESTIVER COM CARRO PRÓPRIO: A estrada para subir é de terra e bem ruim. NÃO DÁ para subir se choveu, fica muito perigosa. Recomendo você deixar seu carro em União e pegar um taxi para subir, pois a estrada tem muitas bifurcações e nem todas tem indicações. A subida é de mais ou menos 30mins.

HORÁRIO: O parque abre das 8h às 17h.

ENTRADA: Não paga nada para entrar.

O QUE VESTIR: Não precisa usar tênis ou bota de caminhada, não há trilhas para fazer. Dentro do quilombo é grama e terra batida, pode usar chinelo ou sandalha.

ESTRUTURAS NO LOCAL:

Há um pequeno restaurante no local que serve algumas refeições, uma barraquinha com água, refrigerante e lambisques, e Wi-Fi. Há também uma vendinha que vende coisas de barro. Funcionam das 8h às 17h.

DATAS ESPECIAIS: Todo dia 20 de Novembro há uma celebração incrível no parque, com capoeira, maracatu, tambores e minuto de silêncio pelas mortes que ocorreram lá. Vão em torno de 2,000 pessoas para este evento. Todas sobem a pé a estrada de terra até o quilombo, que é o caminho que os negros faziam.

MUSEU: Havia antes um museu no parque com os artefatos encontrados na região do quilombo, mas este museu não funciona mais lá. Os artefatos foram levados para um museu de Maceió (creio que AFAL).

O QUILOMBO E SUA HISTÓRIA

Espalhadas pelo espaço há placas e pontos de áudio gratuitos que contam a história de Zumbi e do Quilombo. Vale muito a pena ler tudo, te trará um outro olhar para o local onde você está pisando. 

Melhor ainda do que ler, é se aproximar das pessoas locais que trabalham lá. Tivemos uma aula inesquecível sobre toda a história do Quilombo e as lendas de Zumbi com um dos guardas do espaço, que nos levou em um tour particular contando coisas muito além do que estava escrito alí nas plaquinhas de madeira.

Há um lago a 5 minutos andando do Quilombo que vale a pena ir ver. Lá era onde eles se banhavam e também um espaço de reconexão espiritual. Sinta a energia!

UM BREVE RESUMO SE VOCÊ GOSTA DE SABER DA HISTÓRIA ANTES DE CHEGAR NO LOCAL: 

A área demarcada é onde foram encontrados vários artefatos e outras fontes de pesquisa que comprovam que lá era realmente o Quilombo dos Palmares, o local de esconderijo de Zumbi e outros 4,000 escravos refugiados. Se contar com as outras comunidades em torno, eram ao todo 20,000 pessoas que vivam na serra. O local foi reconstruído como acredita-se ter sido na época, antes de ter sido queimado. Você poderá entrar nas casas de barro, ocas e carramanchões. A estátua situada ao centro representa a acolhida de Ganga-Zumba (o maior) a Zumbi (o menor).

De acordo com o que contam as placas espalhadas pelo local (e um pouco do que o guarda local nos contou), Zumbi chegou no Quilombo com 15 anos, onde foi acolhido por Ganga-Zumba, o capitão do Quilombo. Zumbi teve seus pais mortos quando bebê, e foi criado por um padre. Por isso, era muito culto e um poliglota, e desejava liberdade e igualdade para todos. Substituindo Ganga-Zumba, Zumbi tornou-se o capitão do Quilombo – o Rei Zumbi. Ele ia até as fazendas e libertava os escravos, trazendo-os para a segurança do Quilombo.

Por que Zumbi chamava Zumbi?

Zumbi tinha sua fama de atacar as fazendas e resgatar os escravos, o que acontecia repetidamente. Os brancos porém, a fim de acalmar o alvoroço e acabar com as esperanças dos negros, após os ataques de Zumbi diziam sempre que Zumbi havia sido derrotado e morto. Contudo, Zumbi sempre reaparecia vivo liderando novos ataques, inflamando a lenda de que ele era imortal, e recebendo assim o nome de Zumbi.

O fim do Quilombo

Em 06 de Fevereiro de 1694, Domingo Jorge Velho, um caçador de índios contratado para caçar Zumbi e acabar com o Quilombo, atacou o quilombo com uma tropa de soldados, armas de fogo e canhões. Zumbi fugiu ferido para Viçosa, formando outra comunidade, porém mais tarde foi capturado e decapitado, tendo sua cabeça exibida em uma praça pública de Recife, como prova de que Zumbi desta vez estava realmente morto.

OUTRAS COISAS A FAZER EM UNIÃO

Na cidade de União você pode visitar a casa onde vivia Maria Mariá, uma jornalista e historiadora importante da região.

Na volta do quilombo, tome um açaí no famoso “+Açaí” de Dona Graça. É o melhor açaí que você irá tomar na vida. Fica perto da rodoviária, na rua Floriano Peixoto, 167.

PARA VOLTAR A MACEIÓ:

Volte para a rodoviária de União. As vans saem de volta para Maceió das 5h às 12h a cada 15 minutos, e depois do meio dia a cada 20 minutos. Depois às 18:00, 18:30 e a última às 19:15. Custa R$14 por pessoa e vai até a rodoviária de Maceió.

Olorum Kolofé Axé! (Deus te abençoe e te de força!)

Boa visita!